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Abril 26, 2024A participação das mulheres no mercado de trabalho brasileiro é um tema muito relevante que indica as mudanças sociais e econômicas ao longo das décadas. A conquista do protagonismo feminino é um caminho longo, que tem sido encarado por vários países.
Na segunda metade do século XX, a participação das mulheres no mercado de trabalho cresceu no Brasil, mas os avanços só foram mais significativos já quando nos aproximávamos do século XXI. Na década de 1980, 14% das mulheres brasileiras estavam empregadas e o seu espaço era bastante limitado a setores tradicionalmente femininos, como serviços e educação.
Nos anos 1990, as mulheres passaram a ter mais acesso ao ensino superior, o que deu a elas as ferramentas necessárias para disputar mercado em profissões antes dominadas por homens. Já nos anos 2000, a fatia do mercado de trabalho ocupada pelas mulheres aumentou consideravelmente: quase 50% delas estavam empregadas. Na década seguinte, setores com mais empregados homens foram especialmente afetados pela crise econômica, o que aumentou percentualmente a participação das mulheres no mercado de trabalho.
Desigualdade salarial segue sendo um desafio
A década de 2020 apresenta um caminho ainda a ser percorrido para que tenhamos uma equiparação entre homens e mulheres no mercado profissional. A participação das mulheres no mercado também segue significativamente mais baixa do que a dos homens. Em 2019, a taxa de participação das mulheres com 15 anos ou mais de idade no Brasil foi de 54,5%, enquanto a dos homens foi de 73,7%.
Questões como a desigualdade salarial e a sub-representação em cargos de liderança seguem presentes, embora as mulheres sejam maioria na sociedade. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as mulheres recebem salário médio mensal de R$ 2.050, o correspondente a 79,5% do rendimento do trabalho dos homens (R$ 2.579).
Em 2023, a aprovação da Lei da Igualdade Salarial trouxe uma perspectiva positiva sobre o tema. Além de determinar salários iguais para a mesma função, a lei visa aumentar a fiscalização contra a discriminação e facilitar os processos legais em casos de não cumprimento da legislação.
Acesso à educação superior
A escolaridade das mulheres brasileiras tem apresentado uma tendência geral de aumento em relação aos homens. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) de 2019 revelou que, entre a população com 25 anos ou mais de idade:
- 40,4% dos homens não tinham instrução ou possuíam apenas o ensino fundamental incompleto. Essa proporção era de 37,1% entre as mulheres;
- Pessoas com nível superior completo: 15,1% entre os homens / 19,4% entre as mulheres.
Embora os dados indiquem uma maior qualificação das mulheres, a questão de gênero tem freado a ascensão feminina no mercado de trabalho, que tem sido mais lenta do que poderia.
Uma luta em andamento
A participação das mulheres no mercado de trabalho cresceu ao longo dos anos, mas ainda existe um longo caminho a ser percorrido.
A igualdade de gênero no mercado de trabalho é um desafio que a sociedade deve enfrentar de forma conjunta, com participação ativa de mulheres e homens em direção a condições mais justas.